Pe. Gladstone Elias de Souza
1º) Aproveite o tempo em que você está na fila de confissão para examinar sua consciência a respeito de tudo que fez ou deixou de fazer por omissão), não deixe para tentar lembrar-se quando estiver diante do padre.
2º) Confesse apenas os seus pecados, não de outras pessoas (familiares, filhos, esposo, esposa, ou vizinhos).
3º) Não é necessário dizer ao confessor aqueles pecados que você não fez (por exemplo: eu não roubei, eu não isso ou aquilo...). Fale só o que, de fato, fez, inclusive as suas omissões.
4º) Não é momento de fazer inventário de tudo o que você realiza de prática cristã. (Ir a missa, rezar o terço, novenas etc), nem mesmo para pedir informações sobre outros assuntos, como cursos, sacramentos, missas, etc. Diga aquilo que deseja “confessar”.
5º) Ao terminar a confissão diga ao Padre: “É só isso que gostaria de confessar...” assim, o padre pode proceder a absolvição.
6º) Este momento é para uma confissão, o que é diferente de uma “orientação espiritual”. Caso você precise demorar-se mais com o sacerdote, marque na secretaria um horário para você. Portanto, não se irrite quando o sacerdote lhe comunica que este momento é só para confissão.
7º) Não venha para o confessionário apenas para pedir uma bênção. Elas são dadas em outras ocasiões ou quando solicitamos aos sacerdotes, menos no confessionário.
8º) O sacramento que é administrado no confessionário é exclusivamente o da confissão. Não vá ao confessionário à procura de Unção dos enfermos. Para isso, procure o padre durante a semana nos atendimentos na secretaria ou solicite uma visita a sua residência.
9º) Se você percebe que há, na fila, pessoa muito idosa, grávida, excepcional ou doente, seja caridoso. Deixe que ela confesse na sua vez.
10º) Lembre-se: Sentimentos não são pecados, pois não podem ser avaliados como critérios morais. Sentimentos são apenas sentimentos.
11º) Confesse sempre segundo a sua consciência e nunca por imposição ou desejo de outras pessoas.
Aí estão as dicas. Agora, lembre-se de que não basta falar com o padre os seus pecados. Você deve também estar arrependido e firmemente decidido a não cometer mais o erro, confiando no auxílio de graça de Deus.
A importância da confissão
Será pecado comungar em todas as missas, uma vez que não busco a confissão? Considerando que a confissão está em baixa (acredito que nem 1% dos católicos vão ao confessionário), penso que seria mais inteligente revitalizar esse sacramento na forma de uma celebração comunitária. Havendo arrependimento sincero, o ato penitencial da liturgia da missa já não é suficiente para permitir a comunhão? Sebastião Sérgio Miranda – por E-mail)
Se acreditamos que nem 1% dos políticos são honestos, isso será razão para dizer que a honestidade perdeu o valor? Ou para desistir de lutar por ela? O que é bom e justo nunca deixa de sê-lo, ainda que a maioria não concorde ou não pratique. O fato de ser adotada pela maioria não garante que determinada atitude seja a melhor. O fato de que nossa sociedade está cada vez mais doente não torna a doença desejável...
Se isso é válido no plano meramente humano, quanto mais no plano da fé! Sabendo que Deus é o sumo Bem, o fato de que todos somos vocacionados à santidade (busca da semelhança com Deus) não é uma verdade “negociável”. Somos livres para abraçar, ou não, essa vocação, mas não faz sentido pretender que a Igreja ensine outra coisa, desprezando a orientação de Deus para satisfazer os caprichos dos homens! Somos, é claro, imperfeitos e vacilantes na caminhada, mas seria uma grosseira distorção concluir, por isso, que o problema está no caminho, e não em nós!
Se o próprio Cristo instituiu o sacramento da confissão como um dom para a Igreja, fonte de graças e de força, então o fato de que poucos a procuram é sinal de que há algo errado conosco, não com a confissão! E nossos esforços devem ser direcionados para mudar o que está errado, não o que está certo!
Não se justifica eliminar a confissão individual, porque o que nos move a defender tal opção nunca é o zelo pelas coisas de Deus, nem o desejo de crescer em santidade. Ao contrário, fugimos da confissão por orgulho e comodismo: não queremos humilhar-nos diante do sacerdote, e, no fundo, também não gostamos de encarar de frente os nossos pecados, de precisar dizer: “Eu pequei”. Preferimos esconder-nos de Deus e de nossa consciência, como Adão no Paraíso.
O leitor sugere que o arrependimento sincero deveria bastar. Acontece que o arrependimento, quando é realmente sincero, sempre traz consigo o desejo da penitência, de reparar o erro cometido, de pedir perdão. A consciência de ter ofendido alguém muito amado desperta em nós a necessidade de nos acusar, de demonstrar nosso arrependimento e suplicar o perdão. Se buscamos fugir disso, é sinal de que nossa contrição não é perfeita...
A confissão não é importante só por causa do perdão dos pecados. Ela é uma terapia, uma catarse, uma oportunidade de desabafar nossos problemas com alguém de confiança, que nos escuta e nos acolhe em nome de Deus, que deseja nossa salvação e nosso bem-estar, sem cobrar nada. É uma oportunidade de receber orientação segura, de esclarecer nossas dúvidas, de encontrar alívio para nossas angústias. E, principalmente, é uma oportunidade de sermos fortalecidos com a graça de Deus, que vai, aos poucos, ajudando-nos a vencer nossas más tendências. Os psicólogos podem ajudar-nos a nos conhecer e nos aceitar, mas não podem dar-nos o Espírito Santo... Podem ensinar-nos a conviver melhor com os nossos fardos, mas não os eliminam, como a confissão faz.
Mesmo que não tenhamos consciência de nenhum pecado grave, o simples desejo de progredir cada vez mais na virtude e de corresponder cada vez melhor ao amor de Deus, é motivo suficiente para que busquemos com assiduidade a confissão...
Por que será que muitos preferem contar seus pecados ao psicólogo do que ao padre? Talvez seja porque, diante do psicólogo, podemos colocar-nos como vítimas, e não como culpados... e a verdade é que ninguém gosta de se reconhecer pecador. Por isso mesmo, essa história de “confessar diretamente com Deus” não passa de desculpa, pois só o faz, realmente, quem valoriza a confissão sacramental e a procura com regularidade. Se não tivéssemos de enumerar os pecados ao sacerdote, não nos daríamos ao trabalho de perscrutar a consciência...
No entanto, o reconhecimento humilde de nossa condição de pecadores, dependentes da graça que nos é oferecida na confissão, é condição essencial para que possamos crescer em santidade. Qualquer sugestão em contrário só pode vir do maligno.
A rigor, somente os pecados graves (*) rompem o “estado de graça”, exigindo a absolvição sacramental para que possamos voltar a receber a Eucaristia. Para os pecados leves, o arrependimento e o ato penitencial da missa são, sim, suficientes.
Acontece, porém, que quando temos verdadeiro amor a Deus e não estamos cegos pelo orgulho, desconfiamos sempre de nós mesmos e de nossos julgamentos, e não nos permitimos desperdiçar essa oportunidade preciosa de crescer na graça, que é a confissão. Mesmo que não tenhamos consciência de nenhum pecado grave, o simples desejo de progredir cada vez mais na virtude e de corresponder cada vez melhor ao amor de Deus, é motivo suficiente para que busquemos com assiduidade a confissão (no mínimo uma vez por ano, como manda a Igreja), e para desconfiar da “sinceridade” do arrependimento de quem assim despreza uma tão excelente oportunidade de aperfeiçoamento.
Os santos são os que melhor percebem os próprios pecados e mais sentem necessidade de penitenciar-se... Exatamente por ter uma consciência mais clara da extensão do amor e da misericórdia de Deus, desejam retribuir amor com amor, entregar-se sem medidas a quem se entregou sem medidas por eles. “Pechinchar” com Deus não é sinal de amor... Mesmo que não seja um crime, é certamente uma fraqueza, e as fraquezas não devem ser encorajadas.
A celebração comunitária da confissão só é “revitalizadora” quando serve de preparação para a confissão individual, ajudando o exame de consciência e predispondo ao arrependimento. Se o objetivo é eliminar a confissão dos pecados, ela perde o sentido, e em nada contribui para a conversão dos fiéis.
.............................................................................................................
(*) O pecado grave se caracteriza pela presença de três condições ao mesmo tempo:
1) matéria grave (faltas contra os mandamentos da Lei de Deus), 2) consciência de que o ato é pecaminoso e 3) intenção deliberada de cometê-lo.
Jornal O Lutador Online Edição 3630 - 11 a 20 de agosto de 2008
terça-feira, 27 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Mensagens aos pais
Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
- Papai! Quanto o Sr. Ganha por hora?
O pai, num gesto severo, respondeu:
- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe! Não amole, estou cansado!
Mas o filho insiste:
- Mas papai, por favor, diga quanto o Sr. ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
- Três reais por hora
- Então, papai, o Sr. poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então era essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais, menino aproveitador!
Já era tarde quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doida, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, está dormindo?
- Não papai! (respondeu o sonolento garoto)
- Olha aqui está o dinheiro que me pediu, um real.
- Muito obrigado, papai! (disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama).
Agora já completei, Papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?
"Será que estamos dedicando tempo suficiente aos nosso filhos?"
- Papai! Quanto o Sr. Ganha por hora?
O pai, num gesto severo, respondeu:
- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe! Não amole, estou cansado!
Mas o filho insiste:
- Mas papai, por favor, diga quanto o Sr. ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
- Três reais por hora
- Então, papai, o Sr. poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então era essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais, menino aproveitador!
Já era tarde quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doida, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, está dormindo?
- Não papai! (respondeu o sonolento garoto)
- Olha aqui está o dinheiro que me pediu, um real.
- Muito obrigado, papai! (disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama).
Agora já completei, Papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?
"Será que estamos dedicando tempo suficiente aos nosso filhos?"
A Família, uma Vocação Geradora de Vocações
1. O que é a vocação?
Às vezes, andamos tão distraídos ou absorvidos que até esquecemos que somos filhos de Deus. Pois é, cada um de nós é fruto de um ato voluntário de amor, único e irrepetível. Esse amor criador de Deus faz de cada um de nós uma pessoa diferente de qualquer outra, com talentos próprios. E para cada um de nós Deus tem um projeto muito claro: Deus quer que sejamos felizes, já nesta vida terrena, pondo a render os talentos que nos dá!
Quem toma plena consciência deste amor pessoal, único, gratuito, de Deus, só consegue ter uma resposta: amar a Deus vivendo na descoberta e concretização desse projeto, numa entrega confiante, na certeza de que Deus só pede aquilo que somos capazes de dar. Perceber que Deus nos criou por amor e nos criou para amar, e atuar de acordo com esta certeza, é que se chama vocação. Por isso não podemos ter medo de perguntar:
Senhor, que queres que eu faça?
Quem vive nesta entrega confiante torna-se uma presença que interpela, que leva os outros a interrogar-se e a querer viver também a mesma felicidade. Somos felizes na medida em que percebemos que somos vocação e o nosso viver manifesta o amor criador de Deus. Assim uma igreja de vocacionados torna-se pró-vocação, ajudando mais pessoas a descobrir o que Deus deles espera. E a diversidade de projetos e de descobertas pessoais, ligada pela comunhão que gera a participação do mesmo e único Amor, faz a Igreja mais viva, ativa, presente no mundo, na multiplicidade de vocações que o Senhor suscita.
Às vezes, andamos tão distraídos ou absorvidos que até esquecemos que somos filhos de Deus. Pois é, cada um de nós é fruto de um ato voluntário de amor, único e irrepetível. Esse amor criador de Deus faz de cada um de nós uma pessoa diferente de qualquer outra, com talentos próprios. E para cada um de nós Deus tem um projeto muito claro: Deus quer que sejamos felizes, já nesta vida terrena, pondo a render os talentos que nos dá!
Quem toma plena consciência deste amor pessoal, único, gratuito, de Deus, só consegue ter uma resposta: amar a Deus vivendo na descoberta e concretização desse projeto, numa entrega confiante, na certeza de que Deus só pede aquilo que somos capazes de dar. Perceber que Deus nos criou por amor e nos criou para amar, e atuar de acordo com esta certeza, é que se chama vocação. Por isso não podemos ter medo de perguntar:
Senhor, que queres que eu faça?
Quem vive nesta entrega confiante torna-se uma presença que interpela, que leva os outros a interrogar-se e a querer viver também a mesma felicidade. Somos felizes na medida em que percebemos que somos vocação e o nosso viver manifesta o amor criador de Deus. Assim uma igreja de vocacionados torna-se pró-vocação, ajudando mais pessoas a descobrir o que Deus deles espera. E a diversidade de projetos e de descobertas pessoais, ligada pela comunhão que gera a participação do mesmo e único Amor, faz a Igreja mais viva, ativa, presente no mundo, na multiplicidade de vocações que o Senhor suscita.
2. O matrimônio como vocação
O matrimônio não é uma vocação menor ou uma não-vocação, uma espécie de destino inexorável para aqueles a quem Deus não chama à vida consagrada. O matrimônio é uma vocação plena de dignidade – quem a acolhe é sinal do amor de Deus:- Na diferença e na complementaridade homem-mulher, marido e esposa abrem-se um ao outro, e assim manifestam que a singularidade de cada pessoa não a isola, antes a enriquece porque o que tem para dar é único – “quanto mais te dou, tanto mais tenho”.
- Como gerador de novas vidas, o casal torna-se colaborador do amor criador de Deus; se um filho é o que há de mais profundamente nosso, é também o que há de mais recebido – dom de Deus – e, como tal, não tanto um direito ou propriedade dos pais, mas, sobretudo um presente que se acolhe com alegria.
- No acolhimento da identidade própria de cada filho, na sua educação – que deve ser o processo permanente de conduzir o filho para o Pai, ajudando-o a fazer render os talentos recebidos – mãe e pai fazem transparecer o caráter singular de cada homem aos olhos de Deus.
- O serviço à família e à comunidade – entre os pais e destes para os filhos, mas também numa progressiva orientação dos filhos para que cooperem na vida familiar e para que sejam atentos às necessidades da comunidade em que vivem – vai testemunhando que amar à maneira de Deus é dar sem nada esperar em troca e que no reino de Deus todos temos tarefa a desempenhar.
- O dia-a-dia da família – sucessos e desânimos, alegrias e tristezas, progressos e provações – faz perceber que a vida é caminhada, é esforço, é entrega continuada; amar não é coisa de momento, é atitude permanente.
Nestes tempos de cultura do efêmero, em que se fala muito de direitos e pouco de deveres e de compromissos, importa que os casais reflitam muito na grandeza da sua vocação matrimonial: aquele que casa reconhece-se incompleto, precisa do seu cônjuge e ao mesmo tempo sabe que é também preciso, aceita ser cooperador de Deus na geração de novas vidas, percebe que é dando que se recebe, compreende o caráter permanente do amor, e assim se torna sinal visível do amor de Deus.
Cada vez menos se pode aceitar que casar na Igreja possa ser apenas uma prática social, porque “é costume”, “os meus pais também casaram aqui” ou até porque as fotografias ficam com um enquadramento mais bonito. Casar na Igreja tem de ser um ato consciente, uma afirmação de Fé e o assumir, perante a comunidade, a vocação de ser “uma só carne”.
Ao falarmos de Matrimônio, falamos de um sacramento, isto é, de um sinal revelador duma manifestação de Deus. É interessante pensar num aspecto singular do Matrimônio: quem recebe este sacramento é ao mesmo tempo seu ministro, ou seja, cada um dos noivos administra ao outro o sacramento, sendo o sacerdote ou diácono testemunha desse ato em nome da Igreja. Faz todo o sentido que assim seja, se pensarmos que pelo Matrimônio os esposos se reconhecem complementares e se assumem como testemunhas do amor de Deus, cada um para o outro e em casal para a comunidade.
O Matrimônio é também sinal do Deus Criador, fonte de toda a vida. A fecundidade conjugal, traduzida na geração de novas vidas – os filhos – é a mais evidente manifestação desse amor criador. Ser pais, de forma consciente e responsável, é colaborar na obra da Criação, é reconhecer-se como co-criadores e, ao mesmo tempo, como agraciados com um presente único por parte de Deus. Daí que não faça sequer sentido falar-se em sacramento do Matrimônio se houver da parte dos noivos vontade expressa de não ter filhos. Diferente é a situação daqueles casais que não podem ter filhos e que são igualmente fecundos, num amor generoso ao serviço da comunidade e(ou) através da adoção de uma ou mais crianças.
O Matrimônio é ainda sinal de que o amor de Deus é eterno. Deus é fiel, ama-nos sempre e em quaisquer circunstâncias, e por isso também o amor entre os esposos tem carácter permanente e exclusivo, supõe a indissolubilidade e a fidelidade. Com mais ou menos obstáculos, a vida do casal tem de ser imagem da caminhada de amor que é a relação de Deus com cada um dos Seus filhos.
3. A família como geradora de vocações
A vocação matrimonial é por natureza fecunda, geradora de novas vidas, e os cônjuges, ao assumirem a responsabilidade de serem pai e mãe, tornam-se colaboradores de Deus na obra da Criação. Esta responsabilidade não se esgota no momento da concepção ou do nascimento, é para toda a vida, ou seja, nunca deixamos de ser pais!
Ao aceitarmos o chamamento de Deus para sermos pais, aceitamos também ser educadores. Educar é, em primeiro lugar, conhecer bem os nossos filhos, perceber que eles são dom de Deus e que Deus deu a cada um talentos diferentes. Importa reconhecer esses talentos e pô-los a render! Educar é então acompanhar ativamente o desabrochar e o florescer dos talentos de cada filho, de forma que possamos um dia dizer: “Aqui tens, Senhor, o que me confiaste”! Isto é bem diferente de impor aos filhos as nossas opções, de forçar a que sejam o que nós mesmos ambicionamos mas não pudemos ou não conseguimos!
Educar não é fazer os filhos à nossa imagem e semelhança, é guiá-los para que sejam imagem e semelhança de Deus! Não é abrigá-los obsessivamente debaixo das nossas asas protetoras, é ensiná-los a voar em liberdade! Não é tanto mandar, é muito mais ouvir, compreender, testemunhar, orientar.
Sendo assim, importa que os pais proponham aos filhos todos os caminhos de realização vocacional: o sacerdócio, a consagração, o matrimônio ou outra vocação laical. Se a família é a primeira a excluir a possibilidade de um filho optar por uma vocação consagrada, terá de se interrogar muito a sério sobre a autenticidade da sua fé.
Onde os cristãos o são por hábito ou tradição e não por assumirem a sua vocação batismal, não é fácil que possam surgir vocações consagradas! Onde o prestígio social e a riqueza, o culto do sucesso e do imediato, são valores mais altos do que a doação desinteressada ou o espírito de missão e de entrega, não há espaço para a vocação sacerdotal. Se nas famílias não há lugar para a atenção ao outro, para a oração, para o primado de Deus, para ser “igreja doméstica”, como pode um filho sentir-se interpelado à consagração no sacerdócio ou na vida religiosa?
Na coerência de comportamentos e atitudes dos pais, no amor-doação que forem percebendo, no acolhimento que sentirem pelas opções conscientes que forem fazendo, os filhos vão sendo educados, vão tomando consciência da sua individualidade e do lugar único que Deus tem para eles.
Ser pais por vocação é guiar os filhos na descoberta e no amadurecimento da sua própria vocação!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Mês da Bíblia 2010
Desde o Vaticano II, a Bíblia ocupou um espaço privilegiado na família, nos grupos de reflexão, círculos bíblicos, na catequese e nas pequenas comunidades. A Igreja no Brasil desenvolveu toda uma prática de leitura e reflexão da Bíblia que muito contribui para o sustento da fé e da caminhada das pessoas. É uma forma muito rica de viver a missão da Igreja que é a de servir a Palavra.
O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então tem destacado a importância da leitura, do estudo e da contemplação das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia contribuiu muito para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica no âmbito paroquial e diocesano. Hoje, se percebe a necessidade da Animação Bíblica das Pastorais em vez da existência de apenas uma pastoral entre as demais dedicada às Sagradas Escrituras. A Animação Bíblica vem a ser a forma mais adequada de acentuar a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.
A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas, no desejo de dar continuidade à XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2008), que destacou especialmente o mandato missionário de todo cristão como consequência do batismo, propõe para o ano de 2010, no mês da Bíblia, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade.
O Sínodo pediu que a consciência desse mandato missionário e discipular fosse aprofundada em cada paróquia e comunidade, nas pastorais, nos movimentos e nas organizações católicas. Também foi desejo dos Padres Sinodais que se propusessem novas iniciativas para se fazer chegar a “Palavra de Deus a todos, especialmente, aos irmãos batizados, mas não suficientemente evangelizados” (Proposição 38).
Além disso, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida - SP (2007), também destacou o valor do mandato missionário, enfatizando os novos areópagos da missão (DAp 491-500). Areópago, literalmente, significa colina de Ares, localizada na antiga cidade grega de Atenas. Nesse lugar, a céu aberto, a cidadania era exercida em assembleias que tratavam de importantes assuntos no âmbito da política e da religião. Foi ali, conforme At 17, 16-33, que São Paulo apresentou o Evangelho, pela primeira vez, a um ambiente de cultura grega. Atualmente, o areópago, em sentido simbólico, significa os novos contextos de missão. Os encontros sobre o livro de Jonas ajudarão a Igreja a vivenciar o mandato missionário no enfrentamento de novos desafios.
Na linha do ecumenismo da Campanha da Fraternidade deste ano, o livro de Jonas reforça a idéia da universalidade do amor de Deus, que reconhece o valor de todos; no horizonte aberto pelo Ano Paulino, esse texto da Escritura nos faz refletir sobre a evangelização do mundo urbano. Assim, Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo não esfrie e a Igreja possa continuar ampliando sua reflexão sobre a amplitude de sua missão. De fato, a escolha deste livro bíblico para o mês de setembro tem por objetivo tirar os católicos do comodismo e do julgamento preconceituoso e os encaminhar para a evangelização da cidade.
Existem muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, porém, existe uma privilegiada à qual todos somos convidados: o exercício da Leitura Orante (Lectio Divina) da Sagrada Escritura que, se bem praticada, nos conduz ao encontro com Jesus (Cf. DAp 249).
Por isso, escolhemos esta forma de contato com a Palavra de Deus para este mês da Bíblia. Agradeço à Aíla Luzia Pinheiro de Andrade, da Comunidade Nova Jerusalém, pela elaboração deste subsídio.
Que o estudo e a meditação do livro de Jonas nos ajudem a vencer a tentação de fugir dos desafios da missão e nos tornem capazes de acolher a todas as pessoas sem acepção.
Dom Eugênio Rixen Bispo de Goiás - GO
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética
O Mês da Bíblia surgiu há 39 anos por ocasião do 50º aniversário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Desde então tem destacado a importância da leitura, do estudo e da contemplação das Sagradas Escrituras. Na verdade, o Mês da Bíblia contribuiu muito para o desenvolvimento da Pastoral Bíblica no âmbito paroquial e diocesano. Hoje, se percebe a necessidade da Animação Bíblica das Pastorais em vez da existência de apenas uma pastoral entre as demais dedicada às Sagradas Escrituras. A Animação Bíblica vem a ser a forma mais adequada de acentuar a centralidade da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.
A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, juntamente com as Instituições Bíblicas, no desejo de dar continuidade à XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2008), que destacou especialmente o mandato missionário de todo cristão como consequência do batismo, propõe para o ano de 2010, no mês da Bíblia, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade.
O Sínodo pediu que a consciência desse mandato missionário e discipular fosse aprofundada em cada paróquia e comunidade, nas pastorais, nos movimentos e nas organizações católicas. Também foi desejo dos Padres Sinodais que se propusessem novas iniciativas para se fazer chegar a “Palavra de Deus a todos, especialmente, aos irmãos batizados, mas não suficientemente evangelizados” (Proposição 38).
Além disso, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida - SP (2007), também destacou o valor do mandato missionário, enfatizando os novos areópagos da missão (DAp 491-500). Areópago, literalmente, significa colina de Ares, localizada na antiga cidade grega de Atenas. Nesse lugar, a céu aberto, a cidadania era exercida em assembleias que tratavam de importantes assuntos no âmbito da política e da religião. Foi ali, conforme At 17, 16-33, que São Paulo apresentou o Evangelho, pela primeira vez, a um ambiente de cultura grega. Atualmente, o areópago, em sentido simbólico, significa os novos contextos de missão. Os encontros sobre o livro de Jonas ajudarão a Igreja a vivenciar o mandato missionário no enfrentamento de novos desafios.
Na linha do ecumenismo da Campanha da Fraternidade deste ano, o livro de Jonas reforça a idéia da universalidade do amor de Deus, que reconhece o valor de todos; no horizonte aberto pelo Ano Paulino, esse texto da Escritura nos faz refletir sobre a evangelização do mundo urbano. Assim, Jonas será uma grande contribuição para que o entusiasmo não esfrie e a Igreja possa continuar ampliando sua reflexão sobre a amplitude de sua missão. De fato, a escolha deste livro bíblico para o mês de setembro tem por objetivo tirar os católicos do comodismo e do julgamento preconceituoso e os encaminhar para a evangelização da cidade.
Existem muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, porém, existe uma privilegiada à qual todos somos convidados: o exercício da Leitura Orante (Lectio Divina) da Sagrada Escritura que, se bem praticada, nos conduz ao encontro com Jesus (Cf. DAp 249).
Por isso, escolhemos esta forma de contato com a Palavra de Deus para este mês da Bíblia. Agradeço à Aíla Luzia Pinheiro de Andrade, da Comunidade Nova Jerusalém, pela elaboração deste subsídio.
Que o estudo e a meditação do livro de Jonas nos ajudem a vencer a tentação de fugir dos desafios da missão e nos tornem capazes de acolher a todas as pessoas sem acepção.
Dom Eugênio Rixen Bispo de Goiás - GO
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética
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