Pe. Gladstone Elias de Souza
1º) Aproveite o tempo em que você está na fila de confissão para examinar sua consciência a respeito de tudo que fez ou deixou de fazer por omissão), não deixe para tentar lembrar-se quando estiver diante do padre.
2º) Confesse apenas os seus pecados, não de outras pessoas (familiares, filhos, esposo, esposa, ou vizinhos).
3º) Não é necessário dizer ao confessor aqueles pecados que você não fez (por exemplo: eu não roubei, eu não isso ou aquilo...). Fale só o que, de fato, fez, inclusive as suas omissões.
4º) Não é momento de fazer inventário de tudo o que você realiza de prática cristã. (Ir a missa, rezar o terço, novenas etc), nem mesmo para pedir informações sobre outros assuntos, como cursos, sacramentos, missas, etc. Diga aquilo que deseja “confessar”.
5º) Ao terminar a confissão diga ao Padre: “É só isso que gostaria de confessar...” assim, o padre pode proceder a absolvição.
6º) Este momento é para uma confissão, o que é diferente de uma “orientação espiritual”. Caso você precise demorar-se mais com o sacerdote, marque na secretaria um horário para você. Portanto, não se irrite quando o sacerdote lhe comunica que este momento é só para confissão.
7º) Não venha para o confessionário apenas para pedir uma bênção. Elas são dadas em outras ocasiões ou quando solicitamos aos sacerdotes, menos no confessionário.
8º) O sacramento que é administrado no confessionário é exclusivamente o da confissão. Não vá ao confessionário à procura de Unção dos enfermos. Para isso, procure o padre durante a semana nos atendimentos na secretaria ou solicite uma visita a sua residência.
9º) Se você percebe que há, na fila, pessoa muito idosa, grávida, excepcional ou doente, seja caridoso. Deixe que ela confesse na sua vez.
10º) Lembre-se: Sentimentos não são pecados, pois não podem ser avaliados como critérios morais. Sentimentos são apenas sentimentos.
11º) Confesse sempre segundo a sua consciência e nunca por imposição ou desejo de outras pessoas.
Aí estão as dicas. Agora, lembre-se de que não basta falar com o padre os seus pecados. Você deve também estar arrependido e firmemente decidido a não cometer mais o erro, confiando no auxílio de graça de Deus.
A importância da confissão
Será pecado comungar em todas as missas, uma vez que não busco a confissão? Considerando que a confissão está em baixa (acredito que nem 1% dos católicos vão ao confessionário), penso que seria mais inteligente revitalizar esse sacramento na forma de uma celebração comunitária. Havendo arrependimento sincero, o ato penitencial da liturgia da missa já não é suficiente para permitir a comunhão? Sebastião Sérgio Miranda – por E-mail)
Se acreditamos que nem 1% dos políticos são honestos, isso será razão para dizer que a honestidade perdeu o valor? Ou para desistir de lutar por ela? O que é bom e justo nunca deixa de sê-lo, ainda que a maioria não concorde ou não pratique. O fato de ser adotada pela maioria não garante que determinada atitude seja a melhor. O fato de que nossa sociedade está cada vez mais doente não torna a doença desejável...
Se isso é válido no plano meramente humano, quanto mais no plano da fé! Sabendo que Deus é o sumo Bem, o fato de que todos somos vocacionados à santidade (busca da semelhança com Deus) não é uma verdade “negociável”. Somos livres para abraçar, ou não, essa vocação, mas não faz sentido pretender que a Igreja ensine outra coisa, desprezando a orientação de Deus para satisfazer os caprichos dos homens! Somos, é claro, imperfeitos e vacilantes na caminhada, mas seria uma grosseira distorção concluir, por isso, que o problema está no caminho, e não em nós!
Se o próprio Cristo instituiu o sacramento da confissão como um dom para a Igreja, fonte de graças e de força, então o fato de que poucos a procuram é sinal de que há algo errado conosco, não com a confissão! E nossos esforços devem ser direcionados para mudar o que está errado, não o que está certo!
Não se justifica eliminar a confissão individual, porque o que nos move a defender tal opção nunca é o zelo pelas coisas de Deus, nem o desejo de crescer em santidade. Ao contrário, fugimos da confissão por orgulho e comodismo: não queremos humilhar-nos diante do sacerdote, e, no fundo, também não gostamos de encarar de frente os nossos pecados, de precisar dizer: “Eu pequei”. Preferimos esconder-nos de Deus e de nossa consciência, como Adão no Paraíso.
O leitor sugere que o arrependimento sincero deveria bastar. Acontece que o arrependimento, quando é realmente sincero, sempre traz consigo o desejo da penitência, de reparar o erro cometido, de pedir perdão. A consciência de ter ofendido alguém muito amado desperta em nós a necessidade de nos acusar, de demonstrar nosso arrependimento e suplicar o perdão. Se buscamos fugir disso, é sinal de que nossa contrição não é perfeita...
A confissão não é importante só por causa do perdão dos pecados. Ela é uma terapia, uma catarse, uma oportunidade de desabafar nossos problemas com alguém de confiança, que nos escuta e nos acolhe em nome de Deus, que deseja nossa salvação e nosso bem-estar, sem cobrar nada. É uma oportunidade de receber orientação segura, de esclarecer nossas dúvidas, de encontrar alívio para nossas angústias. E, principalmente, é uma oportunidade de sermos fortalecidos com a graça de Deus, que vai, aos poucos, ajudando-nos a vencer nossas más tendências. Os psicólogos podem ajudar-nos a nos conhecer e nos aceitar, mas não podem dar-nos o Espírito Santo... Podem ensinar-nos a conviver melhor com os nossos fardos, mas não os eliminam, como a confissão faz.
Mesmo que não tenhamos consciência de nenhum pecado grave, o simples desejo de progredir cada vez mais na virtude e de corresponder cada vez melhor ao amor de Deus, é motivo suficiente para que busquemos com assiduidade a confissão...
Por que será que muitos preferem contar seus pecados ao psicólogo do que ao padre? Talvez seja porque, diante do psicólogo, podemos colocar-nos como vítimas, e não como culpados... e a verdade é que ninguém gosta de se reconhecer pecador. Por isso mesmo, essa história de “confessar diretamente com Deus” não passa de desculpa, pois só o faz, realmente, quem valoriza a confissão sacramental e a procura com regularidade. Se não tivéssemos de enumerar os pecados ao sacerdote, não nos daríamos ao trabalho de perscrutar a consciência...
No entanto, o reconhecimento humilde de nossa condição de pecadores, dependentes da graça que nos é oferecida na confissão, é condição essencial para que possamos crescer em santidade. Qualquer sugestão em contrário só pode vir do maligno.
A rigor, somente os pecados graves (*) rompem o “estado de graça”, exigindo a absolvição sacramental para que possamos voltar a receber a Eucaristia. Para os pecados leves, o arrependimento e o ato penitencial da missa são, sim, suficientes.
Acontece, porém, que quando temos verdadeiro amor a Deus e não estamos cegos pelo orgulho, desconfiamos sempre de nós mesmos e de nossos julgamentos, e não nos permitimos desperdiçar essa oportunidade preciosa de crescer na graça, que é a confissão. Mesmo que não tenhamos consciência de nenhum pecado grave, o simples desejo de progredir cada vez mais na virtude e de corresponder cada vez melhor ao amor de Deus, é motivo suficiente para que busquemos com assiduidade a confissão (no mínimo uma vez por ano, como manda a Igreja), e para desconfiar da “sinceridade” do arrependimento de quem assim despreza uma tão excelente oportunidade de aperfeiçoamento.
Os santos são os que melhor percebem os próprios pecados e mais sentem necessidade de penitenciar-se... Exatamente por ter uma consciência mais clara da extensão do amor e da misericórdia de Deus, desejam retribuir amor com amor, entregar-se sem medidas a quem se entregou sem medidas por eles. “Pechinchar” com Deus não é sinal de amor... Mesmo que não seja um crime, é certamente uma fraqueza, e as fraquezas não devem ser encorajadas.
A celebração comunitária da confissão só é “revitalizadora” quando serve de preparação para a confissão individual, ajudando o exame de consciência e predispondo ao arrependimento. Se o objetivo é eliminar a confissão dos pecados, ela perde o sentido, e em nada contribui para a conversão dos fiéis.
.............................................................................................................
(*) O pecado grave se caracteriza pela presença de três condições ao mesmo tempo:
1) matéria grave (faltas contra os mandamentos da Lei de Deus), 2) consciência de que o ato é pecaminoso e 3) intenção deliberada de cometê-lo.
Jornal O Lutador Online Edição 3630 - 11 a 20 de agosto de 2008
terça-feira, 27 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário